O tempo devastador que leva os momentos bons
Mas, não leva a dor de quem perdeu um amor
As vezes a fossa que ocupa o coração de quem sonha
É grande o vazio que se esconde na multidão
É triste a pessoa que não sabe amar, por ter medo
de se machucar.
Foram-se os tempos que o amor tinha valor
E impulsionava a vida e o viver
Nesse plano terreno em que me encontro
Guiada pelo individualismo e a solidão
Sem rumo e sem direção.
Tão pouco são os braços que me abraça
Tão pouco são as pessoas que me entendem
Tão pouco é os que me estendem as mãos.
A ganância tomou conta do homem
O ter vale mais do que o ser
Ninguém quer saber o que sinto
Quem sou de onde venho e para onde vou.
Apenas, querem saber o que tenho!
Se não tenho poder aquisitivo nada sou
Não sou digno de respeito e atenção
Sou apenas mais um no meio da multidão.
Simplesmente não posso ser eu
Tenho que lutar para ter
Para alguém me notar e me vê.
O eu sou perdeu lugar para o eu tenho
Ninguém quer saber o que eu sou
Mas, sim o que eu tenho
E o poder que eu exerço na sociedade.
Protesto! Preciso ser eu.
Quero que me amem pelo que eu sou
E não pelo que eu tenho.
Não quero que cobice o meu ter
E sim que ame o meu ser.
O homem vende sua alma em troca de nada
Apenas, para continuar na batalha do ter,
Que insiste em destruir o ser
Nessa guerra consigo imaginar quem ira vencer.
Oh, meu Deus por quê?
Tanta cobiça e desdém
Com quem nada tem
Se tiver dinheiro sou alguém
Se não tiver sou ninguém.
Não tenho nome nem identidade
Estou a mercê da sociedade
A procura de alguém que me queira bem
Mesmo sabendo que sou alguém que dinheiro não tem.
Tem apenas um coração cheio de amor
Sentimento que não se encontra por ai
Para com dinheiro compra
Ele é a riqueza que quero acumular
E para aonde eu for quero levar
Não vendo e não troco
Apenas, dou para quem quiser o meu amor,
Porque eu sou e tenho amor!